sábado, 30 de janeiro de 2010

Um dia em cheio

Acordámos cedo, ou melhor, ultimamente temos acordado tarde! Tínhamos encontro marcado para a hora do costume (9h30) na sala de aula de polaco. Chegámos um pouco atrasados para não fugir à regra, mas não demasiado! Já lá estavam os alemães, a Dorottya, o Ignatio e a Pani Ewa. Assim que chegámos, a Pani Ewa passou-nos para as mãos os nossos exames para vermos a nossa nota e olharmos para a correcção. Foi uma óptima surpresa! Eu e a Annabelle fomos as únicas que conseguimos a nota máxima (5), o Pio teve 4,5 o que também não foi nada mau! =) Ou seja, o dia começou em beleza, pelo menos para mim, já que o Pio estava com a cabeça noutra coisa...

Chegámos à aula às 9h30 e às 10h10 tivémos que ir para o Campus por causa da apresentação oral do Pio. Não fomos à Kawiarnia com o pessoal das aulas de polaco por falta de tempo, mas prometemos combinar outro dia para irmos todos! =)

No Campus também correu lindamente! O Pio portou-se muito bem, não esteve nervoso e a apresentação durou exactamente 20 minutos (como Mariusz lhe tinha pedido). No final houve pequenas dúvidas, comentários e sugestões. Todos adoraram a apresentação mas sugeriram que houvesse maior contacto visual com o público (já que ele estava sempre com os olhos postos nos slides e mal olhava para nós), nada de especial!

Almoçámos no bar da Faculdade e depois fomos ao Refektarz em busca do Ryszard... Quem é o Ryszard? Ora bem, ainda não falámos nele! É um professor aqui do instituto, especialista em Biologia Tropical e nós fomos falar com ele para pedir alguns conselhos e informações sobre o curso do TBA (Tropical Biology Association) e outro curso de Biologia Tropical na Venezuela (que infelizmente é apenas para alunos da Jagiellonian, paciência!). Deu-nos conselhos e informação útil sobre os cursos e sobre os locais destes. Foi uma conversa simples, mas penso que conseguimos absorver o essencial! Quando iamos a sair do Refektarz, a Anna (estudante de doutoramento lá do laboratório) veio ter connosco para combinarmos um dia qualquer para irmos a algum sítio ou jantarmos a casa dela com algum pessoal lá do instituto, como despedida. Ela em Maio vai visitar Portugal e uns amigos de Sintra, por isso talvez a possamos ajudar a elaborar uma rota turística! =)

Antes de nos irmos embora do Instituto passei pelo gabinete da Katarzyna, falámos um pouco sobre o meu trabalho (que infelizmente terá que ficar inacabado por falta de equipamento e tempo), mas felizmente que a minha nota não será afectada por causa disso! A ver vamos o que o futuro me reserva...

Depois de irmos embora da faculdade passámos pelo centro dos estudantes Erasmus para recolher uns formulários que nos tinham escapado e para aproveitarmos um pouco do bom tempo que estava (uns meros -3ºC) fomos dar um passeiozito num jardim que vemos todos os dias mas que por qualquer motivo nunca tínhamos entrado.

Depois disso demos um salto no clube de vídeo e alugámos o Perfume que vimos quando regressámos a casa. O filme é mesmo muito estranho e apesar de ter várias cenas bastante chocantes, acho que merece ser visto por ser inovador.

De seguida fomos tratar do jantar e fomos cozinhar nada mais nada menos que bacalhau com natas! Da fase de preparação deixamos-vos este vídeo:

Entretanto ganhei coragem e meti conversa com um polaco que estamos fartíssimos de o ver na cozinha só que nunca tínhamos falado com ele! Chama-se Kosmo e estuda Antropologia Social, um assunto muito interessante achamos nós!

Ficou com bom aspecto sem dúvida mas o sabor não era bem o mesmo do bacalhau das nossas mãezinhas! Pelo menos tentámos e também com o equipamento, ingredientes e experiência que tínhamos à nossa disposição, acho que fizemos um bom trabalho! Depois de darmos a provar um pouco do bacalhau ao Serhiy e ao Hleb viemos para o quarto onde ficámos à conversa com o Hleb. A meio da conversa ele lá nos disse que ía dar um tempo aos seus estudos, provavelmente um ano, porque soube muito recentemente que ia ser pai!!

Ele parecia que estava a encarar a situação toda muito bem e ia ter com a namorada (que apenas se conheceram na passagem de ano!) a Berlim para a poder acompanhar e depois planeava prosseguir com os seus estudos de filologia italiana. Falámos bastante e deu para ver que ele é uma pessoa muito relaxada que encara as mudanças radicais da Vida como se fosse só mais uma aventura, embora esteja ainda a tentar mentalizar-se que desta vez não é algo que tenha um fim.

Depois fomos com ele para o corredor e sentámo-nos ali com ele mais duas amigas da Estónia e ficámos a ouvi-lo tocar guitarra e ocarina. Entretanto chegaram o Serhiy e o Kosmo que também se sentaram e ficámos ali todos a ouvir o Hleb e as suas músicas tradicionais da Bielorrússia. Foi um momento realmente especial e, entre outras coisas, deu para pensar na sorte que temos em poder estar aqui, neste momento, e de estar tudo bem. Ao olhar para o Hleb a cantar pensei na situação dele em ir ser pai e a forma descontraída com que lidava com tudo. Pensei que podia ir buscar a máquina de filmar mas ía estragar o momento e há coisas que é preciso estar presente e esta foi sem dúvida uma delas.

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