quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Avanços estatisticamente relevantes

Ontem à noite, muito por causa do empurrão da Patrícia, mandei mail ao meu coordenador a desabafar. Disse tudo o que me vinha na alma quanto a não saber nada de estatística e não saber mexer no programa. Não saber quando aplicar os testes, não saber o que eles me dizem e precisar mesmo muito de ajuda. Não lhe tinha dito nada antes porque ele está sempre ocupado e com alguém no gabinete (quando está realmente no gabinete) e não queria incomodá-lo.
Hoje de manhã recebi o mail dele a dizer que eu devia chateá-lo! lol Que devia tirar as duvidas todas e sugeriu que nos encontrássemos hoje mesmo e amanhã. Pefeito! No caminho para a universidade encontrei o senhor Elias numa das paragens em que é preciso trocar de autocarro. Para quem não se lembra, o senhor Elias é o iraquiano (parte norte do país, antigo curdistão) que no início dos inícios era nosso vizinho e com o qual já fomos a um café e isso.
Durante a viagem falámos do clima de Portugal. Ele perguntou se era seguro ir à praia e tomar banho porque não sabia se havia animais perigosos. Eu disse-lhe que havia mas eram todos pessoas e era uma questão de sorte realmente. Falámos disso e também do casamento e partilhámos um pouco da nossa curiosidade quanto ao assunto. Então parece que no Iraque, nas zonas mais rurais pelo menos, a coisa processa-se mais ou menos assim:
  1. O homem decide que quer casar com a mulher e transmite isso aos seus pais, irmãos e o que faltar da sua família mais chegada.
  2. A família vai falar com as pessoas importantes da aldeia e discutem sobre se é boa ideia avançarem com o casamento.
  3. Depois a família do homem vai falar com a família da mulher. (mulher essa que ainda não sabia sequer da proposta)
  4. Se todos concordarem parece que agora sim, anda tudo para a frente e a certa altura acho que a mulher vai viver para a casa da familia do homem até encontrarem casa e aí vão viver juntos.

Também não percebi muito bem mas acho que é suposto pagar alguma coisa só mesmo para poder casar.

Depois de nos despedirmos com a promessa que lhe fazia uma tour em Portugal quando ele lá fosse, fui ter com a Patrícia onde almoçámos e depois fui finalmente ter com o Mariusz, o meu coordenador.

Ele explicou-me tudo o que eu perguntei, tudo com bastante tranquilidade e sem qualquer interrupções. Ajudou-me bastante e deu umas dicas também sobre o que deveria fazer aseguir! Como tpc fiquei de fazer uns testes-t para lhe mostrar amanhã!

No resto do dia (noite na verdade, anoitece às 16) fomos ainda a um cafézito novo que abriu no centro só mesmo para ter uma opinião formada e depois seguimos para casa. O jantar foi vegetariano com bastante soja sob a forma de rebentos e "bifinhos" (umas esponjas). Não correu lá muito bem e sabia tudo, assim de forma mais ou menos generalizada, mal.

Um pormenor engraçado que aconteceu foi estarmos os dois na cozinha e entra o Tamaz (Ucraniano) e diz-nos Marehaba! lol Ou seja, o senhor da Palestina já contaminou quase toda a gente com a sua língua! Tanto que até um ucraniano numa residência na polónia nos cumprimentou em árabe!

1 comentário:

  1. Bem se tenta simpatizar com o vegetariano, mas não dá mesmo! =P

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