domingo, 7 de fevereiro de 2010

Viena e Budapeste

Quarta-Feira
Não dormimos grande coisa mas entre os solavancos do autocarro, lá chegámos a Viena. Por volta das 5h da manhã já estávamos a sair do autocarro e procurámos um sítio para nos abrigarmos. Seguindo um ou outro passageiro aparentemente mais bem informado, fomos ter à estação do metro. Aí, depois de andarmos às voltas com um mapa enigmático e de perguntar coisas básicas a uma senhora que estava do outro lado da bilheteira (tais como, onde estamos e se isto é uma estação do metro, visto que tínhamos subido um elevador para lá chegar) , comprámos bilhetes para o centro. Quando lá chegámos, vimos o típico cenário das estações de metro, ou seja, sem-abrigos. Todas as cidades com metro têm que os ter e esta não era excepção. Aí ficámos numa pastelaria a comer croissants enquanto esperávamos pelo amanhecer. Quando finalmente ganhámos coragem para ir explorar o mundo exterior, deparámo-nos com algo que não podíamos deixar de vos mostrar:
A Opera Toilete. Foi a prova de que estavamos em Viena!! Lol Esta maravilha anunciava que por apenas 0,60 € podíamos usar o urinol ao som de um pianista a sério que tocava mesmo ali, atrás de nós. Como somos forretas e não tínhamos vontade de nos aliviar, só fotografámos do lado de fora.

Demos umas voltas pelo centro da cidade, e assim que o centro de informação turística abriu, fomos fazer aquilo a que já somos peritos, arrebanhar mapas outras coisas boas além de pedir uma ou outra informação geral como, onde raio fica o nosso hotel! Depois de nos instruirmos, decidimos começar o dia pelo tão recomendado Museu de História Natural (foi só o Xico mas não interessa! :P). Chegámos, largámos as nossas tralhas e roupas e fomos ver que surpresas o museu nos reservava.
Começámos por ver o Vivarium que tinha bixesas, obviamente, vivas. Depois metemo-nos por uma das imensas salas do primeiro andar que começavam com minerais, fósseis e por aí adiante, passando para as primeiras civilizações do Homem e depois para os principais grupos animais. No museu havia também uma exposição muito boa sobre o shôr Darwin. Aqui ficam umas quantas fotos: Á minha direita um Allosaurus e à minha esquerda penso que é um Brachiossaurus. Imagens de uma câmara térmica. Como podem ver, a Patrícia tem nariz de cão :P Ca grandas bixos que andavam por aí! Pena que os nossos primos e o frio deram cabo deles! É "só" a maior pernaça que já vi! lol Segundo a legenda, pertenceu a um Ultrassaurus. Apenas um exemplo de uns quadros fantásticos feitos só com conchas.
A Patrícia decidiu entrar no museu com a roupa que estava a usar lá fora. Está cada vez mais frio hoje em dia.
Vitrinas inteiras cheias de pedras preciosas, curiosamente, a maioria vinda do Brasil.
Eu e as rapinas.
Salamandra gigante do Japão, o maior anfíbio actual. Resumindo, adorámos o museu! Foi mesmo espectacular, muitíssimo completo e simplesmente não tinha fim por isso quem lá quiser ir é mesmo aconselhado que dê um dia inteiro para a coisa e tenha também alguma paciência porque a recta final (no nosso caso foi Moluscos e Mamíferos) foi assim meio a correr comparado com o início.
O museu é tão grande que quando saímos já era noite e estava a chover um pouco (deixámos as temperaturas negativas na Polónia). De seguida fomos procurar o nosso hotel, depois jantar e passear mais um pouco pela cidade. Demos de caras com uma pista de patinagem no gelo mesmo em frente a um dos monumentos.
Quinta-feira
Depois de comermos de tudo um pouco no pequeno-almoço a que tínhamos direito, fomos fazer um percurso a pé já que não havia visitas-guiadas que satisfizessem as nossas “exigências”.Fizémos o percurso seguindo um mapa que nos deram no centro de informação turística e que mostrava 13 das principais atracções do centro da cidade. Entre outras coisas, vimos a deusa Atena que está em frente ao parlamento, depois seguimos para a catedral grandalhona que está no centro passando pela Biblioteca Nacional.
Só para provar que estivemos lá! Lá dentro estava a decorrer uma missa mas aquilo era tão gigante que basta pôr uma divisória para impedir que os turistas a perturbassem e assim todos ficavam felizes. Há simplesmente imenso para ver e aqui ficam algumas das fotografias.
A casa do Mozart está transformada num museu queque e como não queríamos entrar, fomos antes a uma loja de máscaras de carnaval onde era proibido fotografar lá dentro por isso a única foto é esta que se segue. Lá dentro vendiam-se todo o tipo de máscaras, roupas, perucas e acessórios, tudo mesmo. Experimentámos umas poucas coisas e só depois seguimos para onde o mapa nos indicava.
Uma das avenidas:
Acreditem ou não, são dois bolos enormes! Isto é a montra da pastelaria!
Vista do centro e da tal catedral enorme Quando passámos em frente à Opera, tivemos uma ideia muito jeitosa que foi abordar um dos vendedores de bilhetes que por lá andam para nos informarmos à cerca das suas ofertas. Depois de ouvir muita publicidade, lá nos decidimos a aceitar o pacote que incluía tanto um jantar “fino” e uma ida a um concerto de música clássica!
Depois do almoço, decidimos ir visitar o palácio de Schönbrunn, residência oficial da família real Austríaca, entre os quais a famosa princesa Sissi! O palácio de Schönbrunn e os seus jardins à volta são algo grandioso! Infelizmente o tempo foi reduzido impediu-nos de visitar os jardins em volta, ficámo-nos pelo interior do palácio. Infelizmente era proibido tirar fotos, e por isso não vos podemos mostrar os interiores inexplicáveis! Voltámos ao centro da cidade para tentarmos cumprir o objectivo: ver todas as atracções do “percurso aconselhado”! Infelizmente ficou (apenas) um para trás, e além desse, é claro, muitos outros importantes pontos turísticos tiveram que ficar para uma próxima visita à cidade da música! E como cidade da música que é, é quase obrigatório ir a um concerto para ouvir alguns clássicos de Mozart e de Strauss.
A estátua de Johann Sebastian Strauss, no jardim do Palácio de Kursalon
Assim foi, jantámos no palácio Kursalon onde viveu Johann Sebastian Strauss. Era tudo extremamente elegante, excepto nós!! =D Fomos com as botas sujas de neve como de costume! A comida apesar de pouca (restaurantes finos...) era muito boa, e depois do jantar fomos assistir ao espectáculo no andar de cima!
A sala tinha uma acústica óptima, e o espectáculo foi completo! Consistiu em músicas muito famosas de Strauss e Mozart, por vezes acompanhadas por bailarinos e cantores de opera. Gostámos muito, nunca tínhamos assistido a nada daquilo, e foi um momento único! Infelizmente a cassete da máquina de filmar (sim, ainda se usa disso!!) acabou quando estávamos a filmar... E não há muitas imagens do ballet. Durante o espectáculo também houve opereta! Foi muito divertido e valeu mesmo muito a pena!
Penso que para apenas 2 dias aproveitamos muito bem!
Sexta-feira
Acordámos cedo porque tínhamos um autocarro para apanhar! Adeus Viena, mas havemos de voltar! O autocarro é de uma companhia húngara chamada Orange-Ways, e deixou-nos bastante admirados! Por instantes parecía que estávamos a viajar num avião, com direito a hospedeira fardada, cafézinho (ou chocolate quente) e a instruções de segurança e utilização em húngaro e inglês! Ainda nos foram oferecidos fones para podermos ouvir rádio e ver os filmes que passavam nos ecrãs... Enfim, muito moderno e acreditem ou não, tudo isto por 7,30€ !!
Chegámos a Budapeste por volta da hora do almoço, por isso a primeira coisa a fazer foi almoçar (encontrámos um sítio bestial nem sabemos bem como! Muito barato e muito bom! Além disso fazia publicidade a umas visitas guiadas gratuitas à cidade, tudo de bom!), a segunda, foi procurar o centro de informação turística, que como estava muito bem escondido foi difícil encontrar.
A primeira impressão da cidade não foi a melhor, o metro é muito velho e sujo, tem muitos pedintes e pessoas a dormir no chão. Isto para quem acaba de chegar de Viena é um pouco traumático, contudo o trauma passou. Budapeste também tem coisas muito bonitas para se ver, mas achámos diferente das outras cidades, por exemplo o centro da cidade não está repleto de monumentos nem estátuas enormes. Digamos que o centro da cidade não tem grande coisa para se ver, temos que procurar o que ver e saber o que procurar!
O metro do tempo da revolução industrial em Budapeste Sábado
O dia não podia ter começado melhor!! Para quem não sabe Budapeste é conhecida pelas suas fontes de águas termais e medicinais, e por isso tem muitos Spas espalhados pela cidade!
Escolhemos a maior, mais antiga e famosa estância termal, tem muitas piscinas interiores e 3 exteriores, e a temperatura e composição da água varia. Não fazíamos ideia qual era a “função” de cada piscina, mas experimentámos tudo a que tivémos direito! Claro que a preferida é a exterior, água a 38ºC com neve mesmo ao lado, aqui fica uma dica para quem estiver a pensar ir a Budapeste!
Infelizmente tivémos que sair das piscinas, porque há mais para ver em Budapeste e havia uma visita guiada gratuita (à base de gorjetas) à cidade às 11h! Quando chegámos ao local já lá estava o guia e duas espanholas. O Ádám (o nosso guia) começou por apresentar-nos a Ópera de Budapeste e por contar-nos um pouco da história de Budapeste e da Hungria, levou-nos aos locais de património mundial da humanidade da UNESCO para podermos fotografar!
Esta é a Ópera de Budapeste. Numa altura em que a cidade tinha falta de dinheiro, o rei (ou será imperador ?) ajudou a financiar a construção desta Ópera mas com uma condição. Não podia ser maior que a sua querida Ópera de Viena. Então muito contrariado, o arquitecto encarregue tentou arranjar uma maneira de agradar tanto ao rei como ao povo que queria que esta fosse a melhor Ópera do mundo. A solução foi fazê-la mais pequena que a de Viena mas por dentro a decoração é bem mais bonita.
Esta é um dos muitos cafés que surgiram numa altura crucial da história de Budapeste. Aqui a decoração era tão rica e como estavam abertos a toda a gente que qualquer cliente se sentia rico e importante.
Este era o segundo andar de um centro comercial! O nosso guia apontava para os candelabros.
O Ádám também aproveitou para falar na língua hungara que afirmava ser das mais difícieis do mundo (para ele, era quase sempre o "mais/maior/primeiro do mundo :P) Mas então, ele pronunciou as primeiras frases a tal velocidade que nem sei bem o que parecia e para rematar no final, mostrou essa linda palavra que aí está! Sim, é só uma palavra e ao que parece tinha a ver com couves!
O metro mais antigo da Europa continental, pois é! Faz um barulho infernal lá dentro! O barulho é mesmo estupidamente alto! Mas não estamos a falar do barulho dele a andar porque esse é bem tolerado! O que incomoda são os altifalantes que berram nas orelhas dos passageiros a próxima paragem e o alarme militar que avisa que a porta vai fechar. É simplesmente de dar em doidos e a certa altura uma pessoa já fica nervosa por saber que a seguir às portas de abrirem vem o alarme! Muito ao jeito do cão de Pavlov! Felizmente que também como no cão, ao fim de umas poucas viagens neste metro, já nem ligava nenhuma à porcaria do alarme lol.
Tivémos sorte, pois durante a nossa visita ao castelo estava a haver uma feira tradicional do porco húngaro (que é muito peludo, ao contrário do nosso porco, chegando ao ponto de se parecer com uma ovelha!). O Ádám orgulhava-se imenso dos seus porcos húngaros e repetiu várias vezes que era melhor que os porcos ocidentais porque vivia no campo e não tinha tanta gordura e tinha mais pêlo, etc...
Na feira havia comida tradicional e música tradicional, o pacote completo! Ainda no castelo deparámo-nos com uma estátua bem bonita do “Anonymus”. Este Anonymus é um autor que escreveu muitas coisas importantes sobre a história da Húngria, mas cujo nome e identidade ninguém conhece, e por isso deram-lhe o nome de Anonymus. Ainda hoje livros da história deste país são baseados nas obras deste autor! E como, segundo a tradição, quem tocar na sua caneta fica dotado para as artes da escrita, tivemos que tocar também. Mas suspeito que não surtirá grande efeito! =P
Na feira havia comida tradicional e música tradicional, o pacote completo!
Continuámos a nossa visita pela Praça dos Heróis, com os governantes mais importantes da Húngria desde o seu fundador! Aqui fica a foto que o Ádám fez questão de nos tirar:
Esta visita durou 3 horas, e logo a seguir, sem intervalos, fomos à próxima visita guiada, desta vez com muito mais gente, e por isso teve que ser feita por dois guias, a Orsi e o Ádám. Nesta visita mostraram-nos um pouco do lado de Peste, a ponte de correntes e o lado de Buda com o seu castelo.
A ponte de correntes tem origem numa história muito interessante, um homem muito rico que vivia em Buda às portas da morte mandou chamar o seu filho (que estava em Peste). Este tentou chegar a Buda sem sucesso, pois o rio estava cheio de placas de gelo, por isso não podia atravessá-lo de barco nem a cavalo. Teve que esperar duas semanas até poder atravessar o rio, e não chegou a tempo de voltar a ver o pai com vida. Assim sendo, decidiu que o seu objectivo de vida seria construir uma ponte sobre o Danúbio que unisse Buda e Peste antes de morrer. Como era muito rico percorreu a Europa para descobrir o arquitecto que conseguisse fazer a ponte, e descobriu numa terra inglesa uma pequena ponte e pensou “É isto que eu quero, mas 10 vezes maior!”. Assim foi, descobriu o autor dessa ponte e mandou fazer a primeira ponte que liga Buda a Peste, a ponte de correntes.
O Palácio de Buda nunca foi um verdadeiro palácio, visto que nunca serviu como residência oficial, por isso hoje em dia não se visita o palácio em si, mas sim o museu de artes. Este palácio por dentro tem um aspecto extremamente moderno, visto que foi mandado reconstruír pelos soviéticos, e por isso só o aspecto exterior aparenta ser de um palácio mais antigo.
Seguidamente passamos pela residência oficial do Presidente da Húngria, e depois fomos à Igreja de São Mateus e ao famoso Bastião dos Pescadores. Uma construção bastante bonita. Quando a segunda visita terminou já era noite, e por isso voltámos para o centro da cidade para procurar refúgio para descansar e comer. O regresso não foi o que estávamos à espera, mas foi sem dúvida divertido! Havia tanta neve no caminho que já não se via as escadas, e estava tudo perigosamente escorregadio! A solução que houve para descê-las foi fazendo sku!!
Nevou imenso, e regressámos ao local onde almoçámos no primeiro dia (bom e barato!) por falta de opções, visto que em Budapeste é uma dor de cabeça encontrar sítio para comer a partir das 18h30! Depois voltámos para o hotel enfrentando a neve incessante.
Domingo
Acordando cedinho como convém, agarrámos no saquito com pequeno-almoço que nos foi dado na recepção e rumámos em direcção ao metro para depois irmos para a paragem de autocarros. Quando lá chegámos stressámos um pouco porque não encontrávamos o nosso autocarro e felizmente que perguntámos a um senhor que por lá passava onde raio é que estava no nosso autocarro! Ele indicou-nos mal ou bem que ele estaria fora da estação por isso voámos até lá e tudo correu bem! A viagem durou umas 6h mas fez-se bem. Passaram 3 filmes mais ou menos bons por isso deu para entreter nas pausas do sono. A única vez que deu para esticar as pernas foi numa estação de serviço na Eslováquia e aí reparámos que podiam haver coisas muito estranhas nas palavras (por exemplo Ý) mas Polícia escrevia-se exactamente como em português! Já em Cracóvia fomos petiscar ao centro comercial Galeria e depois ficámos muito resumidamente, todo o santo dia a preparar este post! Esperamos mil comentários em troca! :P

8 comentários:

  1. Se era 1 Brachiosaurus está mal montado =P mas pronto acho q o tecto é baixo de mais para tar com o pescoço vertical...

    Que cara é essa Patty!!! A salamandar é mto gira!!!

    A foto de voces despidinhos na neve, deixa-me com frio!!! Essas termas de certeza que têm uns voláteis nos vapores =P

    Nunca diria q o Sr. Anonymus era um escritor! Mais parece um devorador da morte =P

    Essa ponte foi de facto uma obra inovadora de engenharia, apareceu num doc. à uns dias sobre as pontes que deram os passos importantes para a construção das pontes modernas!

    Em casos de escadas dessas, esqueçam as escadas =P vão pela neve

    ResponderEliminar
  2. Meu Deus! Que lindo!

    Vocês vão-me dar o vosso roteiro!

    ResponderEliminar
  3. que ultra mega post!!
    Muita aventura como sempre :P (e a peritagem no arrebanhanço de mapas ahahah) aqui a aula tá muito muito interessante...

    Gostei muito pá, tão feitos uns viajantes autênticos!

    ResponderEliminar
  4. ps. fiz o comment primeiro que a renata ahahah

    ResponderEliminar
  5. Olá!
    Eu percebo o fim apressado da visita ao museu! Tb já me aconteceu! ehehehe!

    Faz-me confusão as piscinas também! pq a agua está qunte mas cá fora não está um inferno de gelo??

    Como diz o Chico, o Anonymus parece-me um devoardor da morte! Pensei exactamente a mesma coisa!

    Parece me que passaram uns bons diazinhos :)
    Divirtam-se! ***

    Renata

    ResponderEliminar
  6. P.S. A Su está muito competitiva!
    Renata

    ResponderEliminar
  7. Muito legal o post de vocês!

    Vamos fazer este percurso em maio deste ano, sairemos de Milão para Budapeste, Viena e Praga.

    Vocês compraram os tickets para a Opera na rua? Não ficaram com medo?? e o Valor? Foi o mesmo do site?

    Vamos em 04 pessoas, eu, meu marido, sua mãe e seu pai... se puder dar mais dicas ;))

    ResponderEliminar